sábado, 22 de novembro de 2008

O fim da decada de 80

A década de 80 apresentou-se, para o Brasil, como um período histórico no qual ocorreram várias transformações sócio-econômicas e políticas. Sob o aspecto político, algumas mudanças foram positivas, como a queda do regime militar ditatorial e a aquisição de uma maior liberdade de expressão, organização e direitos democráticos. Do ponto de vista social e econômico, intensificou-se a desigualdade entre as camadas sociais mais extremas, aumentou o número de despossuídos (pobres e indigentes), ao mesmo tempo que os ricos conseguiram acumular uma parcela ainda maior da riqueza produzida. Em termos de desenvolvimento econônimo (Saboia, 1993), a concentração de renda no Brasil, hoje, é a segunda maior do mundo. Para mais da metade de sua população, apenas se socializou a miséria.
Em termos de saúde pública, observou-se, no Brasil, a intensificação das mortes por causas externas de lesões e envenenamentos, ou simplesmente causas violentas (grupo constituído por todos os acidentes, inclusive os de trânsito, suicídios, homicídios e outras violências, sob os códigos E800 a E999 do capítulo XVII da Classificação Internacional de Doenças (CID), 9ª revisão. No período em questão, essas causas assumiram uma importância crescente, passando do quarto para o segundo lugar na mortalidade geral do país, entre o início e o final da década. Em 1989, as mortes violentas perdiam apenas para as doenças do aparelho circulatório (Minayo & Souza, 1993).
O perfil da mortalidade por violência, no Brasil dos anos 80, esteve basicamente composto pela violência no trânsito e pelos homicídios (Souza & Minayo, 1994). Estes últimos foram os grandes vilões e principais responsáveis pelo maior impacto da violência na mortalidade da população brasileira.
Com expressões e significados bastante importantes, variados e controversos, o estudo dos homicídios apenas recentemente veio a ser contemplado pela Saúde Pública em nosso país. Em um levantamento efetuado pelo Centro Latino-Americano de Estudos sobre Violência e Saúde (Claves) (Minayo, 1990), e também no trabalho de Souza (1991), já se detecta a ausência de estudos mais sistemáticos sobre os homicídios entre os profissionais de saúde, embora outras causas menos freqüentes em nossa realidade venham sendo investigadas. A nível mundial, os crescentes índices de homicídios fizeram com que esta problemática passasse a ser encarada como prioritária para a Saúde Pública, assumindo características de pandemia (Edelman & Satcher, 1993).
Agudelo (1989) e Yunes (1993), referem-se à violência como uma questão que deveria ser priorizada pela Saúde Pública, enquanto Minayo (1994) traça uma agenda a ser adotada frente aos agravos à saúde provocados pelas diversas formas de violência. A preocupação destes e outros estudiosos do tema está, hoje, explicitada na elaboração de um plano de ação regional (OPS, 1994), desencadeado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPS), que propõe conhecer e atuar nas causas da violência, buscando eliminá-las.
O precário conhecimento acerca dos homicídios dificulta as políticas e ações preventivas. Sabe-se que a maioria deles envolve o uso de armas de fogo, que incidem sobre grupos sociais cujo perfil sócio-econômico é menos privilegiado do que o encontrado em outras causas violentas (Mello Jorge, 1988). Entretanto, a real prevalência é desconhecida, existindo falhas consideráveis nas informações sobre incidência. Os dados não são fidedignos o suficiente para informar sobre o tipo de arma de fogo utilizada, as circunstâncias do evento, os agressores e outros fatores.
Nada se sabe sobre os custos diretos e indiretos desta forma específica de violência. Max & Rice (1993), embora chamem de "atirar no escuro" os cálculos dos custos com agravos por arma de fogo, os estimaram em 20,4 bilhões de dólares, nos Estados Unidos, em 1990. Deste montante, 84% foram utilizados em eventos fatais. Despesas diretas com cuidados de saúde foram orçadas em 14 bilhões. Cerca de 1,6 bilhões foram gastos na perda de produtividade causada por doença e desajuste conseqüentes à agressão, e 17,4 bilhões na perda de produtividade por morte prematura. De acordo com estes autores, para cada agravo fatal por arma de fogo há dois que requerem hospitalização e 5,4 não severos o suficiente para serem hospitalizados.
Miller et al. (1993) acrescentam aos custos econômicos os não-monetários, como dor, sofrimento, medo e perda da qualidade de vida. Estes afetam tanto as vítimas diretas quanto as secundárias (membros familiares e aqueles cujas vidas são abaladas pelo crime).
Este artigo vem, portanto, dar uma contribuição à lacuna do conhecimento sobre os homicídios em nosso país. Nele efetua-se uma análise em que se configura a magnitude e as especificidades desta causa de morte. Ao mesmo tempo, tenta-se desvendar as possíveis raízes do problema e apresentar propostas de atuação frente à questão.

MATERIAL E MÉTODO
Analisam-se dados de mortalidade por causas externas em residentes, aprofundando a investigação dos homicídios.
Os dados acerca dos óbitos originam-se de listagens fornecidas pelo Ministério da Saúde e das estatísticas de mortalidade publicadas por esta Instituição. As populações utilizadas nos denominadores das taxas foram estimadas por Beltrão & Pereira (1994).
As informações são analisadas em termos de taxas e mortalidade proporcional, segundo sexos e faixas etárias. São apresentadas tabelas e gráficos para o conjunto do país e para as capitais de regiões metropolitanas.
As mortes por causas externas em geral (códigos E800-E999) são situadas em relação às demais causas de óbito, e os homicídios (códigos E960-E969) são destacados e, por vezes, desdobrados em subgrupos, como os homicídios por arma de fogo (código E965).
Efetua-se, ainda, uma análise da qualidade da informação sobre mortalidade por homicídios, usando como referência as mortes por arma de fogo que se ignora se acidental ou intencionalmente infligidas, aqui denominadas homicídios por arma de fogo ignorados (código E985). Este grupo, especificamente no Rio de Janeiro, produz sérias distorções nas estatísticas oficiais em relação aos homicídios bem-esclarecidos quanto à causa básica de morte. Por fim, são apresentadas uma discussão e propostas de encaminhamento para as questões levantadas.

APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
Conforme pode ser visto na Tabela 1, as causas violentas, em 1989, vitimaram 102.000 brasileiros, sendo 84.504 homens e 17.385 mulheres. As 111 pessoas restantes não foram identificadas quanto ao sexo. Isso mostra que, em relação às demais causas, as causas violentas ocupam a segunda posição na mortalidade geral do país, com uma proporção de 15,2%, perdendo apenas para as doenças do aparelho circulatório. Em 1980, esta proporção era de 11,8%, situando-se como a quarta causa. Em relação ao sexo masculino, as mortes violentas também encontram-se em segundo lugar, com uma roporção de 21%. Já no sexo feminino, estas situam-se entre as cinco principais causas, com 7% dos óbitos, ocupando a quinta posição, juntamente com as doenças infecciosas e parasitárias

O plano bresser

Em abril de 1987, em meio à crise provocada pelo fracasso do Plano Cruzado, e com a inflação em alta, Luiz Carlos Bresser Pereira assumiu o Ministério da Fazenda do Governo José Sarney.
Um mês após a sua posse a inflação atingiu o índice de 23,21%. O grande problema era o déficit público, pelo qual o governo gastava mais do arrecadava, sendo que nos primeiros quatro meses de 1987, já se havia acumulado um déficit projetado de 7,2% do PIB. Então, em junho de 1987, foi apresentado um plano econômico de emergência, o Plano Bresser, onde se instituiu o congelamento dos preços, dos aluguéis, dos salários e a UPR como referência monetária para o reajuste de preços e salários.
Com o intuito de diminuir o déficit público algumas medidas foram tomadas, tais como: desativar o gatilho salarial, aumentar tributos, eliminar o subsídio do trigo e adiar as obras de grande porte já planejadas, entre elas o trem-bala entre São Paulo e Rio, a Ferrovia Norte-Sul e o pólo-petroquímico do Rio de Janeiro. As negociações com o FMI foram retomadas, ocorrendo a suspensão da moratória. Mesmo com todas essas medidas a inflação atingiu o índice alarmante de 366% em dezembro de 1987. O Ministro Bresser Pereira demitiu-se do Ministério da Fazenda em 6 de janeiro de 1988 e foi substituído por Maílson da Nóbrega.
Em meio a essa crise político-econômica, o Banco Central do Brasil emitiu a Resolução nº1.338/87, em 15 de junho de 1987, resolvendo que as instituições financeiras, em julho de 1987, aplicariam aos saldos das cadernetas de poupança de seus clientes a variação produzida pelas Letras do Banco Central (LBC), em junho de 1987, cujo índice foi de 18,0205%.
Entretanto, o artigo 12, do Decreto-lei nº2.284/86, com redação do Decreto-lei nº2.290/86, consagrava que as cadernetas de poupança deveriam ser corrigidas pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) ou pelas Letras do Banco Central (LBC), adotando-se o maior índice.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), em junho de 1987, foi de 26,06%, sendo claramente maior que o índice produzido pelas Letras do Banco Central (LBC).
Dessa forma, com fundamento na Resolução nº1.338/87, as instituições financeiras corrigiram as cadernetas de poupança com índice inferior (LBC) ao devido (IPC), evidenciando a perda material de 8,04% na correção das cadernetas de poupança.

Plano cruzado

O Plano Cruzado foi um plano econômico lançado pelo governo brasileiro em 28 de fevereiro de 1986 por Dilson Funaro, ministro da Fazenda do governo do presidente José Sarney. O plano mudou a moeda do Brasil de Cruzeiro para o Cruzado e posteriormente para o Cruzado Novo, congelou os preços e salários e criou o gatilho salarial.
Índice[mostrar]
1 Autores
2 Medidas iniciais
3 Diferenças entre plano cruzado e plano austral
4 Polêmicas
4.1 Datas utilizadas nas conversões de preços e salários
5 Fatores de fracasso
5.1 Congelamento e cristalização de preços relativos
5.2 Ausência de controle de gastos do governo
5.3 Proximidade eleitoral
6 Resultado
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Autores
Além de Dilson Funaro, outros economistas participaram da elaboração do Plano, como João Sayad, Edmar Bacha, André Lara Resende e Persio Arida. No dia 16 de janeiro, João Sayad, Persio Arida, André Lara Resende, Oswaldo de Assis e Jorge Murad votaram a favor do Plano, Dilson Funaro, João Manuel Cardoso de Mello, Luiz Gonzaga Belluzzo, Andrea Calabi e Edmar Bacha acharam-no muito arriscado. Com a recusa da maioria, João Sayad, Ministro do Planejamento, afirmou que iria pedir demissão. Jorge Murad convenceu o seu sogro José Sarney a adotar o Plano Cruzado, apoiando Sayad, Persio Arida, Andre Lara Resende e Jorge Murad, a favor do Plano.
Adotado, o plano logo conquistou maciço apoio popular e isto fez com que mesmo seus opositores iniciais o apoiassem com entusiasmo. Todos reinvidicavam para si a paternidade do plano, enquanto fez sucesso, mas quando mostrou suas deficiências, seus "pais" passaram a rejeitar o "filho"

Medidas iniciais
O objetivo principal do plano foi a contenção da inflação e para isso foram adotadas várias medidas, sendo as principais:
Substituição da moeda do Brasil de Cruzeiro para o Cruzado e divisão do valor de face por 1000, fazendo Cr$ 1.000,00 = Cz$ 1,00.
Suspensão da correção monetária generalizada. A correção monetária provocava uma indexação quase completa da economia e realimentava a expectativa inflacionária (Kirsten, 1986);
O congelamento de preços pelo prazo de um ano, isto é, a fixação de todos os preços do varejo nos valores praticados em 20 de fevereiro de 1986, medida adotada para eliminar a memória inflacionária. O congelamento era fiscalizado por cidadãos que ostentavam, orgulhosos, bottoms de fiscal do Sarney, depredavam estabelecimentos que aumentavam preços e chegaram a dar voz de prisão a gerentes de supermercados;
Antecipação dos reajustes salariais, unificando a época dos dissídios, inclusive com antecipação de 33% do salário mínimo (Kirsten, 1986);
Implantação da Escala Móvel de Salários ou gatilho salarial com a correção automática dos salários sempre que a inflação acumulada pelo IPCA ultrapassasse 20%

[editar] Diferenças entre plano cruzado e plano austral
Israel e Argentina já haviam implementado planos similares e uma adoção de um plano no Brasil era questão de tempo pois a inflação de 12% a 14% ao mês era irreversível, mas ainda não explosiva (Longo, 1986). Com isso, ainda não havia uma sincronização das datas de reajustes, apresentando discrepâncias como o reajuste diário do câmbio do dólar e reajuste semestrais para salários, aluguéis e prestações do SFH (Martone, 1986)

Polêmicas

Datas utilizadas nas conversões de preços e salários
Um erro foi terem esquecido de trazer os preços a prazo de 30, 60, 90 dias ao seu valor presente a vista. Em vez de congelamento, ocorreu um aumento de 17%, 34%. Produtos vendidos com 30 dias tiveram um aumento real de 17%, a inflação media da época embutida nos preços. Produtos como brinquedos que tinham 180 dias de prazo, tiveram aumentos reais de 256%, no caso de empresas do setor de brinquedos como, por exemplo a Trol [1], de propriedade do ministro da fazenda. Persio Arida se desculpou do erro, alegando que estudara Argentina e Israel que estavam em hiper-inflação, quando não há mais vendas a prazo. Este erro na propria regra de congelamento desorganizou os preços relativos da economia, paralisou a produção por um mes e criou a famosa briga pelo "deflator" onde fornecedores e clientes discutiam novos preços reais.

Fatores de fracasso

Congelamento e cristalização de preços relativos
O plano começou a fracassar exatamente porque os preços relativos da economia estavam desequilibrados. Por não equalizarem o valor presente dos preços, muitos produtores que corrigiam seus preços entre dia 1 a 15 dos mês, ficaram com o preço tabelado abaixo da rentabilidade desejada ou até mesmo abaixo do custo de produção o que ou inviabilizava a venda dos produtos para o consumo ou levava a uma queda na qualidade dos mesmos. Empresas que haviam reajustados seus preços nos dias anteriores ao plano, saíram beneficiadas.
Como o congelamento não permitiu que os preços sujeitos à sazonalidade se ajustassem, ocorreu um desequilíbrio de preços o que provocou o desabastecimentos de bens e o surgimento de ágio para compra de produtos escassos, principalmente os que se encontravam na entressafra (carne e leite) e de mercados oligopolizados (automóveis).
Além destes fatores alguns economistas apontam o abono concedido ao salário mínimo(aumento real de 16%) e ao funcionalismo público (abono de 8%) como responsável por um aumento do consumo o que pressionou ainda mais a demanda, impedida de ser contrabalanceada por um aumento de preços.

Ausência de controle de gastos do governo
Outros fatores que levaram ao fracasso do plano foi a falta de medidas econômicas por parte do governo para controlar os gastos públicos. O congelamento da taxa de câmbio levou o país a perder uma parcela considerável de reservas internacionais e os juros da economia estavam negativos o que desestimulava a poupança e pressionava o consumo.

Proximidade eleitoral
Algumas medidas corretivas ainda foram tomadas pelo governo , mas a proximidade das eleições fez com que o governo evitasse tomar medidas impopulares para garantir a sobrevivência do Plano. Após as eleições, onde os partidos governistas, PMDB e PFL, elegeram 22 dos 26 governadores do estado, o governo implementou medidas impopulares como o descongelamento de preços com o intuito de tentar salvar o Cruzado. Entretanto no ano seguinte a inflação se reacelerou num patamar maior que o anterior ao plano.
O Plano Cruzado foi considerado por muitos oposicionistas, entre eles Delfim Netto, um plano inconsistente, populista e eleitoreiro visando apenas a aumentar a popularidade do governo e seus candidatos para vencer a eleição.
A maioria dos candidatos do governo venceu as eleições. Foi até cunhada , por isso tudo, a expressão "Estelionato Eleitoral". Verdade ou não o plano naufragou de vez logo após as eleições. A população se revoltou com quebra-quebra de ônibus e invasão de supermercados. A hiperinflação se instalou, sem controle.

Resultado
O Plano Cruzado não apenas fracassou, como dele resultaram muitas ações judiciais até hoje em curso, na qual cidadãos comuns exigem de bancos e governos a reparação das perdas monetárias sofridas.

jogos olimpicos da decada de 80

Os XXII Jogos Olímpicos abertos em Moscou, União Soviética, pelo presidente Leonid Brejnev em 19 de julho de 1980, contaram com a participação de 5.179 atletas de 80 nações, o mais baixo comparecimento aos Jogos desde Melbourne, em 1956, devido ao maior boicote já realizado na história olímpica, quando a ingerência da política no esporte chegou a seu ponto mais alto e decisivo.
No começo de 1980, como protesto contra a invasão soviética do Afeganistão, o presidente norte-americano Jimmy Carter anunciou o boicote de sua nação aos Jogos Olímpicos de Moscou no ano seguinte, conclamando seus aliados pelo mundo a darem o mesmo exemplo; 69 nações, o triplo das nações africanas que se recusaram a participar dos Jogos anteriores em Montreal por questões raciais, seguiram o caminho dos Estados Unidos, levando estes Jogos a um esvaziamento que afetou bastante o nivel técnica de diversas modalidades. Mesmo assim, algumas marcas e desempenhos excepcionais foram produzidos e até atletas de países que apoiaram a ação americana acabaram participando individualmente sob a bandeira olímpica.
Este começo dos anos 80 representou o pior momento vivido pelos Jogos Olímpicos e pelo Comitê Olímpico Internacional em toda a sua existência, com o, obviamente, já esperado boicote a ser feito em troca pela URSS e seus aliados aos Jogos seguintes em Los Angeles, fazendo com que seus dirigentes temessem pela própria extinção das Olimpíadas.
Índice[mostrar]
1 Boicote
2 Fatos, destaques e curiosidades
3 Modalidades disputadas
4 Países participantes
5 Quadro de medalhas
6 Artigos relacionados
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[editar] Boicote

Mapa dos boicotes olímpicos
Dado a invasão soviética ao Afeganistão, em 1979, os Estados Unidos da América decidiram boicotar os Jogos Olímpicos de 1980, o presidente americano Jimmy Carter deu um ultimato aos soviéticos, em 20 de fevereiro de 1980, para a completa remoção das tropas militares no Afeganistão. O boicote foi anunciado em 21 de março

Misha, um dos símbolos auges da Guerra fria, que chorou, pelo motivo dos boicotes americanos à olimpíada
Jimmy Carter pressionou outros países em aderir ao boicote, em que 69 países aderiram, incluindo a Alemanha Ocidental, o Canadá e o Japão. Alguns países ocidentais apoiaram, como a França, Portugal e o Reino Unido, mas deixaram seus atletas decidir-se por eles mesmos se eles queriam ir à União Soviética ou não. Porém, esses países mandaram uma delegação de atletas muito menor do que eles normalmente mandam aos Jogos Olímpicos. Por causa disso, a Itália foi a principal representante da Europa Ocidental nos jogos de 1980. O boicote afetou severamente muitos eventos.
De uma maneira ou outra, os jogos foram bem organizados, e mais recordes olímpicos foram quebrados nos jogos de 1980 do que nos jogos de 1976, realizados em Montreal.

[editar] Fatos, destaques e curiosidades
Pela primeira e única vez os Jogos não foram transmitidos exclusivamente por uma rede de TV americana. A NBC abriu mão das transmissões das competições em virtude do boicote americano, limitando-se a transmitir flashes em videotape das competições em sua programação diária, e um pool televisivo formado pela Radio e TV estatal da URSS, a Univision, Eurovision, Televisa mexicana e a canadense CTV foi o responsável pelas imagens ao vivo para todo o planeta.
Misha, o ursinho símbolo dos Jogos de Moscou, tornou-se o mais popular mascote olímpico da história. Sua imagem derramando uma lágrima na cerimônia de encerramento do evento, formada por placas movimentadas por participantes nas arquibancadas do estádio, é uma das mais ternas e emocionantes imagens destes Jogos.
O nadador Wladimir Salnikov entrou para a história ao ser o primeiro homem a nadar os 1.500m livres, a maratona da natação, em menos de 15 minutos. Em 1988, oito anos mais velho, ele faria um espetacular retorno às Olimpíadas em Seul, ganhando novamente os 1500m.
Na disputa do remo, modalidade dois sem, um observador distraído que olhasse para o pódio da premiação imaginaria que estivesse vendo a vida em dobro. Numa coincidência extraordinária e num fato único, as duas duplas ganhadoras das medalhas de ouro e de prata, da Alemanha Oriental e da União Soviética, eram formadas por gêmeos univitelinos idênticos.
Após a ausência nos Jogos de Montreal devido ao boicote das nações africanas, a Etiópia estava de volta mostrando seu poderio e tradição nas corridas de fundo, com o grande Mirutz Yfter, um homem de idade nunca esclarecida, conquistando o ouro nos 5.000 e nos 10.000m, igualando a performance do finlandês Lasse Viren em 1976.
O soviético Aleksandr Dityatin tornou-se o nome dos Jogos ao arrebatar oito medalhas nos oito eventos masculinos da ginástica olímpica – três delas de ouro -, sendo o único ginasta a conseguir tal feito numa olimpíada.
O grande boxeador cubano Teófilo Stevenson marcou seu lugar na história como maior boxeador amador de todas as épocas ao conquistar sua terceira medalha de ouro seguida na categoria super-pesados.
O alemão-oriental Waldemar Cierpinski igualou-se em títulos ao lendário etíope Abebe Bikila conquistando o bi-campeonato na maratona olímpica.
Participando sob a bandeira olímpica, graças ao boicote também promovido por seu país, os britânicos Sebastian Coe e Steve Owett dividiram entre si em corridas dramáticas as medalhas de ouro dos 800 e dos 1500m no atletismo.
A Alemanha Oriental dominou completamente as provas do remo, ganhando onze das quatorze modalidades do esporte.
O Iatismo ou vela, disputado fora de Moscou, na baía de Tallin, fez a alegria do Brasil nesta olimpíada, trazendo para o país duas inesperadas medalhas de ouro, através dos velejadores Marcos Soares e Eduardo Penido, dois garotos de 20 anos, na classe 470 e Alexandre Welter e Lars Bjorkstrom na classe Tornado. Estas medalhas brasileiras seriam o prenúncio da brilhante geração de iatistas que surgiria no país quase vinte anos depois, liderada por Robert Scheidt e Torben Grael.
Por outro lado, a esperança brasileira João Carlos de Oliveira, ainda recordista mundial do salto triplo, teve que se contentar novamente com o bronze, numa final polêmica em que os juízes da prova, todos russos, foram acusados de anular um salto perfeito do brasileiro, que lhe daria o ouro, com a intenção de fazer o compatriota Viktor Saneyev conquistar sua quarta vitória olímpica na modalidade, o que ironicamente acabou não acontecendo.

Modalidades disputadas

Emblema/Broche oficial dos Jogos
Atletismo (detalhes)
Basquetebol (detalhes)
Boxe (detalhes)
Canoagem (detalhes)
Ciclismo (detalhes)
Esgrima (detalhes)
Futebol (detalhes)
Ginástica (detalhes)
Halterofilismo (detalhes)
Handebol (detalhes)
Hipismo (detalhes)
Hóquei sobre a grama (detalhes)
Judô (detalhes)
Natação (detalhes)
Pentatlo moderno (detalhes)
Pólo aquático (detalhes)
Remo (detalhes)
Saltos ornamentais (detalhes)
Tiro (detalhes)
Tiro com arco (detalhes)
Vela (detalhes)
Voleibol (detalhes)
Wrestling (detalhes)

[editar] Países participantes
No total, 81 países competiram nos Jogos de 1980, o número mais baixo desde 1956. Atletas da Libéria desistiram da competição após desfilarem na cerimônia de abertura, restando 80 nações participantes. Apesar do boicote que afetou a presença de diversas nações, seis países fizeram sua primeira aparição em Jogos Olímpicos: Angola, Botsuana, Jordânia, Laos, Moçambique e Seychelles. O Chipre fez sua estréia em Jogos Olímpicos de Verão, mas já havia participado anteriormente dos Jogos Olímpicos de Inverno de 1980 em Lake Placid. O Sri Lanka competiu pela primeira vez com o seu novo nome (anteriormente como Ceilão) assim como o Zimbábue (antiga Rodésia).
Na lista abaixo, o número entre parênteses indica o número de atletas por cada nação nos Jogos de Moscou. Países em itálico representam as nações que competiram nos Jogos sob a bandeira olímpica:
Afeganistão (11)
Alemanha Oriental (362)
Andorra (2)
Angola (13)
Argélia (59)
Austrália (126)
Áustria (89)
Bélgica (61)
Benim (17)
Birmânia (2)
Botsuana (7)
Brasil (109)
Bulgária (295)
Camarões (26)
Checoslováquia (216)
Chipre (14)
Colômbia (23)
Congo (23)
Coréia do Norte (50)
Costa Rica (30)
Cuba (216)
Dinamarca (63)
Equador (11)
Espanha (159)
Etiópia (41)
Finlândia (124)
França (125)
Grã-Bretanha (231)
Grécia (42)
Guatemala (10)
Guiana (8)
Guiné (9)
Hungria (279)
Índia (74)
Iraque (44)
Irlanda (48)
Islândia (9)
Itália (163)
Jamaica (18)
Jordânia (4)
Iugoslávia (162)
Kuwait (58)
Laos (19)
Lesoto (5)
Líbano (17)
Libéria (0)
Líbia (32)
Luxemburgo (3)
Madagáscar (11)
Mali (7)
Malta (8)
México (45)
Moçambique (14)
Mongólia (43)
Nepal (11)
Nicarágua (5)
Nigéria (44)
Nova Zelândia (5)
Países Baixos (86)
Peru (30)
Polônia (320)
Porto Rico (3)
Portugal (11)
República Dominicana (6)
Romênia (243)
San Marino (17)
Senegal (32)
Serra Leoa (14)
Seychelles (11)
Síria (69)
Sri Lanka (4)
Suécia (148)
Suíça (84)
Tanzânia (41)
Trinidad e Tobago (9)
Uganda (13)
União Soviética (506)
Venezuela (38)
Vietnã (30)
Zâmbia (40)
Zimbabwe (46)

[editar] Quadro de medalhas
Quadro de Medalhas / Moscou-Moscovo 1980

Posição
País
Ouro
Prata
Bronze
Total
1
União Soviética
80
69
46
195
2
Alemanha Oriental
47
37
42
126
3
Bulgária
8
16
17
41
4
Cuba
8
7
5
20
5
Itália
8
3
4
15
6
Hungria
7
10
15
32
7
Romênia
6
6
13
25
8
França
6
5
3
14
9
Grã-Bretanha
5
7
9
21
10
Polônia
3
14
15
32
11
Suécia
3
3
6
12
12
Finlândia
3
1
4
8
13
Checoslováquia
2
3
9
14
14
Iugoslávia
2
3
4
9
15
Austrália
2
2
5
9
16
Dinamarca
2
1
2
5
17
Brasil
2
2
4
Etiópia
2
2
4
19
Suíça
2
2
20
Espanha
1
3
2
6
21
Áustria
1
2
1
4
22
Grécia
1
2
4
23
Bélgica
1
1
Índia
1
1
Zimbabwe
1
1
26
Coréia do Norte
3
2
5
27
Mongólia
2
2
4
28
Tanzânia
2
2
29
México
1
3
4
30
Países Baixos
1
2
3
31
Irlanda
1
1
2
32
Uganda
1
1
Venezuela
1
1
34
Jamaica
3
3
35
Guiana
1
1
Líbano

A Economia Brasileira na década de 80 : consequências da crise da dívida

A interrupção na década de oitenta, de uma longa história de crescimento que
caracterizava o Brasil, é resultado de um amplo conjunto de causas entre as
quais, o peso insustentável da dívida externa, o imobilismo gerado por uma
excessiva protecção à indústria nacional, o fracasso dos programas de
estabilização no combate à inflação e o esgotamento de um modelo de
desenvolvimento, baseado fundamentalmente na intervenção generalizada do
Estado na economia, esgotamento esse assente na crise do Estado brasileiro
que diminuiu sensivelmente a sua capacidade de investimento, retirando-lhe o
grande papel de principal promotor do desenvolvimento.
No entanto, é no seu aspecto financeiro que a crise se torna mais aguda,
levando a economia a uma espiral inflacionária, que provocou uma queda nos
níveis de poupança do sector público, criando um ambiente de incertezas que
dificultou a retomada dos investimentos e continua a provocar o alargamento
dos desníveis sociais, com consequências imprevisíveis no futuro.
A partir de 1979, o padrão de crescimento baseado no financiamento externo
ou estatal, através do investimento directo do Estado ou do investimento
privado subsidiado, que tinha prevalecido durante a década de 70, entrou em
crise, quando o fluxo de financiamento externo líquido cessou em 1982.
Assim é que, em razão da crise nacional que se segue, emerge uma questão
política básica, que é a de que nos anos oitenta, o Brasil perdeu o controlo do
seu destino. Três factores contribuíram decisivamente para isso, frustrando os
intentos de colocar o país na trajectória do progresso e da modernidade: a
dívida externa, as elevadas taxas de inflação e uma profunda crise do Estado.
Embora variem os graus de relevância destes três factores, eles estiveram
sempre presentes na conjuntura da crise.
Este trabalho procura assim, analisar as causas que provocaram a profunda
crise brasileira da década de oitenta, crise que aliás se estenderia a
praticamente toda a América Latina, naquela que é considerada pelos latinoamericanos
como a “década perdida”, bem como as consequências das
sucessivas medidas económicas e planos de estabilização tentados pelos
sucessivos governos, na tentativa vã de retornar a níveis de crescimento e de
controlo inflacionário que permitissem a recuperação económica do país.

Os desenhos da decada de 80

Sucesso, mas sem final
Um dos maiores sucessos da época foi a historinha de um grupo de adolescentes que, do nada, era transportado de um parque de diversões para uma era medieval, onde conhecem um velhinho metido a Mestre dos Magos (não, não era o Gandalf) que dá um artefato mágico para cada um ir se virando no lugar e tentando buscar uma maneira de retornarem para casa.
Eric, Bobby, Diana, Hank, Théo e Sheila, ao fundo Vingador
Se você ainda não entendeu do que se trata, ou é tanga ou esteve sendo sodomizado por alienígenas nos últimos tempos.
O desenho em questão é Caverna do Dragão (Dungeons & Dragons no original). Um desenho baseado no famoso jogo de RPG, que estava se popularizando na época e contou com a ajuda do desenho para ficar mais conhecido, sendo inclusive produzido por Gary Gygax, um dos criadores do jogo.
Produzida pela Marvel Comics em parceria com a Dungeons & Dragons Corporation, Caverna do Dragão foi sucesso absoluto em todo o mundo, sendo bem elaborado e explorando bem o universo mágico-medieval idealizado por J.R.R. Tolkien (o pai de LoTR e O Hobbit) em suas histórias.
Mesmo com o sucesso estrondoso, o desenho foi cancelado do nada sem ter ao menos um final publicado, criando várias teorias quanto o destino dos garotos.
Já tenho em mente um texto somente sobre Caverna do Dragão, mas isso fica para depois de terminar essa série sobre a história das animações.
Ah sim, é desse desenho o personagem que mais odeio em animações, a maldita Uni, unicórnia órfã que faz o pessoal se ferrar em 90% dos episódios (junto com as mágicas do Presto – que também lembra o Théo).
Sucesso nipo-americano
Para variar mais um desenho feito para vender brinquedos que nem cerveja no deserto, e esse é um dos meus favoritos na época: Transformers!
A história já é manjada por causa do filme que foi lançado no ano passado, mas vale a pena resumir novamente já que vocês esquecem das coisas fácil.
Transformers conta a história de duas raças de robôs alienígenas – os militares Decepticons e os operários Autobots – que já se pegam na porrada no planeta Cybertron há milhares de anos. Claro que uma hora o planeta não agüenta e começa a pedir penico faltando energia para abastecer os habitantes do planeta. Os Autobots, então, sob liderança de Optimus Prime, resolvem fugir de lá e buscar novas fontes de energia em outro canto da galáxia. Claro que os Decepticons não iam ficar com um planeta-bagaceira e resolvem ir atrás de seus inimigos, sob a liderança do malvadão Megatron.
No meio do caminho Megatron ataca a nave dos Autobots e, durante esse ataque, uma chuva de meteoros atinge as naves derrubando as duas num planetinha azul sem muita importância.
Passados 4 milhões de anos, os robôs despertam no planeta Terra, com os Decepticons – empolgados com o tanto de fontes energia disponível no planeta – querendo escravizar os humanos e dominar tudo, enquanto os Autobots, maravilhados com os humanos e fazendo de tudo para defendê-los da corja de Megatrom, querem a paz e a coexistência pacífica (lindo isso).
Por conta disso, a batalha de Cybertron é trazida para a Terra, empolgando milhões de fãs no mundo inteiro.
Parece tosco, mas ainda é o melhor da época
Transformers também foi produzido pela Marvel, em parceria com a Hasbro, Sunbow, Toei Doga, Akom Production Company e Tokyo Movie Shinsha, sendo um desenho feito à mil mãos, ora produzido nos Estados Unidos, ora produzido no Japão, sendo os japoneses melhores que os americanos na concepção da história e da animação propriamente dita.
Também tenho em mente uma coluna apenas para os Transformers, mas por conta do tamanho da série, talvez guarde para o lançamento do segundo filme no ano que vem.
E agora, os outros
Por incrível que pareça, a década de 80 teve outros desenhos que, se não fizeram tanto sucesso lá fora, aqui no Brasil eram unanimidades, mas, por conta do humor do titio Silvio do SBT, ou do ibope da Globo iam e voltavam na grade de programação ou repetiam à exaustão nas manhãs da telinha.
Entre esses há Cavalo de Fogo, que contava a história de Sara, uma garotinha filha de um fazendeiro e amiga de uma índia apache que vivia sua vida normal até descobrir, por conta de um corcel falante, que era princesa de um reino em uma dimensão paralela.

moda nos anos 80

A primeira metade da década se viu na transição entre os anos 70 e a nova décadas que estava começando. Já se podia realmente definir, em 1980, qual seriam os novos rumos da moda nos anos 80.Até 1982 ainda tinha-se em moda os cabelos masculinos com costeletas, calças boca de sino e na música ainda restavam algumas bandas que tocavam Disco. Foi neste mesmo ano que os anos 80 se afirmaram e sua identidade ficou por aproximadamente 10 anos, alcançando os primeiros anos dos anos 90.Com o boom das academias de ginástica e halterofilismo, as roupas se tornaram mais práticas, mais sintéticas e o prêt -à-porter (roupa casual) se tornou o grande ícone durante toda a década.Para o trabalho, as mulheres usavam de tailleurs com ombreiras que faziam toda a torneação do corpo, fazendo com que os ombros dessem uma aparência forte e alinhada. Os homens utilizavam suspensórios e gravatas coloridas, expressando o modo de vida Yuppie em voga durante a década.As roupas casuais se tornaram bastante diversificadas e únicas. Há quem diga que a década de 80 foi a "década mais cafona do século 20". Na minha opinião, mais que os anos 70, os anos 80 foram a década da experimentação, da criatividade sem limites, do consumo extremo, mas principalmente experimentação. Diferente dos anos 00 e 90, os anos 80 foram a década da individualidade, do "diferente e ousado" estar na moda. As décadas seguintes, na minha opinião, apenas trouxeram sobriedade, minimalismo , falta de criatividade e alusões à outros períodos em suas criações.Exemplo de alusão aos anos 80, em um desfile na atualidade.A era da AeróbicaVou ilustrar a moda feminina de ginástica, já vigente no começo da década, com esta foto da cantora Olivia Newton John, na sua era physical em 1981 :O uso de faixas na cabeça virou febre desde o ano de 1981-82 até meados dos anos 80. Até mesmo quem não ia para a academia, acabava usando uma faixa para complementar o visual! Alguns dos famosos brasileiros que tinham a faixa na testa como marca registrada eram Cazuza e Xuxa.O uso de polainas se tornou também comum entre as meninas, usava-se mesmo como acessório casual e algo para complementar com cores as roupas. Não se esqueçam que a moda oitentista ostentava muitas, mas muuuuuitas cores, e quanto mais berrantes e chamativas, melhor!O look "Miami Vice"Tons pastéis, cores cítricas, sapatos claros, sem meia, cabelos meio sem corte e óculos escuros enormes. Este foi o look principal dos homens que estavam na moda durante a década. Com o aparecimento da série em 1984, esta moda nada menos que criou o visual casual "cool" para os homens até o fim da década. Para os mais informais, a lei era pastel. Mesmo os mais sérios, as cores geralmente eram mais claras.